O que deve mudar para que as mulheres alcancem o topo?
Livro de Sheryl Sandberg, executiva-chefe de operações do Facebook, é um manifesto feminista corporativo altamente agradável
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| Sheryl Sandberg: mulheres atrapalham suas próprias carreiras (Reprodução/AFP) |
Sheryl Sandberg, a executiva-chefe de operações do Facebook, é a mulher mais famosa do Vale do Silício e, para muitos, o símbolo do lado feminino do mundo empresarial americano. Agora, com seu novo livro, “Lean In”, ela se torna também uma voz: direta, engraçada e crítica.
Com a ajuda de Nell Scovell, um produtor de televisão e escritor de revistas, Sandberg produziu um manifesto feminista corporativo altamente agradável. Apenas 17 dos 195 países e cerca de 4% das empresas presentes na lista Fortune 500 são presididos por mulheres. “Lean In” mistura autobiografia, sociologia e estratégia de gestão para explicar por que tão poucas mulheres alcançam o cume no mundo dos negócios e da política.
Sandberg acredita que as mulheres atrapalham suas próprias carreiras. Elas “se anulam” durante reuniões – sentando-se nos cantos ao invés de se sentarem à mesa. Elas questionam sua própria capacidade de liderar com mais frequência que os homens e fazem menos pressão por promoções e aumentos. Pesquisas internas da Hewlett-Packard verificaram que as mulheres somente se candidatam a empregos para os quais atendem a 100% dos requisitos; os homens o fazem mesmo quando não atingem nem 60% desses.
Por levar em conta o fato de que um dia provavelmente desejarão ter uma família, as mulheres abrem mão de assumirem mais responsabilidades no trabalho. Como resultado, conseguem empregos menos significativos, e frequentemente não voltam a trabalhar em tempo integral após a licença maternidade. Em uma afirmação que soa contraintuitiva, Sandberg argumenta que a decisão mais importante da carreira de uma mulher é a escolha de seu parceiro. Ela contará com alguém que lhe ajude com os trabalhos domésticos, ou terá que sacrificar sua carreira para permitir que seu parceiro desenvolva a dele?
“Lean In” é lançado exatamente 50 anos depois de “A Mística Feminina”, um livro icônico em que Betty Friedan, outra escritora e ativista americana, argumentou que os papéis tradicionais de gênero haviam confinado a mulher à função de donas de casa, o que era contrário aos interesses tanto da sociedade como das mulheres. Este livro inspirou uma geração de feministas. “Lean In” não é tão revolucionário. Este foi escrito, sobretudo, para mulheres que, como Sandberg, têm muitos anos de educação, bons salários, autoconfiança e parceiros progressistas. Ela não responde a pergunta de o que as mulheres devem fazer caso tenham suas investidas rechaçadas.
Fontes: The Economist-The feminist mystique
http://opiniaoenoticia.com.br/cultura/livros/o-que-deve-mudar-para-que-as-mulheres-alcancem-o-topo/
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