Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

quarta-feira, 31 de julho de 2013

A neurose obsessiva

POR LUCIANA SADDI

A neurose obsessiva foi isolada dos diversos sintomas psiquiátricos por Sigmund Freud, entre 1894 e 1895. Foi por ele compreendida como um quadro psiquiátrico autônomo e independente, da família das psiconeuroses. Portanto, originada no mundo mental, pelo psiquismo. Caracteriza-se por ideias estranhas e incontroláveis que atormentam incessantemente o sujeito e por constante luta contra esses mesmos pensamentos. Também se apresenta pela compulsão a realizar atos indesejáveis, rituais esconjuratórios e por um modo de pensar ruminante. Dúvidas e escrúpulos que levam a inibição do pensamento e da ação também fazem parte do quadro.

A neurose obsessiva se forma quando conflitos irremediáveis, recheados de afetos intensos e simultâneos de amor e ódio surgem e não se resolvem. Dá expressão à necessidade de controlar a vida pulsional, mas como é característico das formações sintomáticas, o tiro sai pela culatra e a defesa se torna adoecimento.

Os mecanismos de defesa mais evidentes nesta neurose são: o deslocamento de afetos para ideias distantes da que originou o conflito, o isolamento e a anulação.

Imagine que uma jovem sensível tenha assistido a uma discussão entre seu pai e sua avó. No calor do embate, ao defender a  avó,  a jovem tropeça e derruba a velha senhora,  que quebra a perna. A jovem fica horrorizada, jamais quis machucar a avó. Poucos dias depois intercala a palavra: “desculpa”, em todos os inícios de frase. Passado mais um tempo, lava as mãos incessantemente, logo depois de falar, “desculpa”.

Para o inconsciente não existe o sem querer – por isso a moça falava desculpa e, ao mesmo tempo, lavava as mãos para se livrar da culpa. A ideia de ter sido agressiva foi isolada e a culpa assumida e anulada ao mesmo tempo. Ao interpretamos um complexo conjunto de sintomas, o modo de funcionar do psiquismo se evidencia.

Os psicanalistas hoje falam mais de estrutura mental obsessiva, do que de transtorno, o famoso TOC (transtorno obsessivo compulsivo).  Sabemos que a necessidade de ordem e limpeza constante, a dúvida sobre ter sido bom ou mal, a ambivalência dos impulsos, o ódio reprimido e as tentativas de controlar a realidade pelo pensamento, além de outros traços da personalidade, podem ser compreendidos pela tal estrutura mental obsessiva; que convenhamos se espalha na população em geral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário