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domingo, 28 de agosto de 2016

“Burkini” não é terrorismo

O desafio terrorista deve ser combatido por Governos que garantam segurança e liberdade sem perder tempo em divisões sobre um traje de banho

O grande desafio das sociedades democráticas é manter o seu regime de liberdades em bom estado de saúde contra as pressões restritivas derivadas da luta contra o terrorismo. Em um passo importante para essa equação chave, o Conselho de Estado da França suspendeu ontem o veto ao burkini que tinha decretado o prefeito de Villeneuve-Loubet (Alpes Marítimos) em uma decisão que vai estabelecer jurisprudência para os trinta municípios que tinham decretado a proibição. O órgão, mais alta autoridade administrativa do país, acredita que a proibição “é um ataque grave e manifestamente ilegal contra as liberdades fundamentais” e que o prefeito ultrapassou suas competências, que se restringem a assegurar a ordem pública algo que, de nenhuma maneira segundo o Conselho, está ameaçada pelo maiô islâmico.
As imagens de policiais forçando uma mulher muçulmana a tirar uma camisa na praia de Nice não só exemplificaram o absurdo e injustificado dessa regra, mas alimentaram a intolerância e submeteram a convivência a tensões desnecessárias. O debate, aliás, não só dividiu o governo entre aqueles que “compreenderam” as proibições, como o primeiro-ministro Valls, e os que se alinharam com a liberdade, como a prefeita de Paris e a Ministra da Educação, mas também deu asas para a extrema-direita e o oportunismo de Sarkozy, que sugerem mais proibições ao calor do medo. Oburkini, como a burka e o niqab, não podem ser bem-vindos em uma sociedade igualitária, pois são uma imposição que subordina as mulheres, mas sua proibição na praia significa se alinhar com uma redução de liberdades que não acrescenta nada para a segurança pública. O Conselho de Estado salientou que “a inquietação” desatada após o atentado de Nice não é suficiente para justificar essa situação. O desafio terrorista, em suma, deve se enfrentado por Governos que garantam a segurança e a liberdade sem perder tempo em divisões sobre um maiô. 

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