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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

USP trabalha em rede para enfrentar violência contra a mulher


Escritório USP Mulheres se dedica à implantação de iniciativas voltadas à igualdade de gêneros e empoderamento de mulheres
Mais da metade das universitárias brasileiras já sofreu assédio. Quase 30% passaram também por episódios de violência sexual e 11% já sofreram tentativa de abuso sob efeito de álcool durante sua vida acadêmica. É o que revela uma pesquisa realizada durante os meses de setembro e outubro de 2015 pelo Instituto Avon/Data Popular, que consultou 1.823 universitários dos cursos de graduação e pós-graduação de todo o País.
Os dados expõem como a universidade pode ser um ambiente não apenas de formação e produção de conhecimento, mas também de medo. Buscando o enfrentamento dessa realidade, foi criado o Escritório USP Mulheres, principal iniciativa da Universidade após ser convidada a integrar o movimento ElesPorElas (HeForShe) desenvolvido pela ONU Mulheres, entidade ligada às Nações Unidas voltada a ações na área de igualdade de gênero e empoderamento feminino.
“A USP foi uma das dez universidades escolhidas ao redor do mundo para compor esse movimento, sendo a única latino-americana”, conta a socióloga Eva Blay, coordenadora do Escritório e professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
info mulher
Sediado na Cidade Universitária, em São Paulo, o Escritório USP Mulheres é responsável pela coordenação do relacionamento entre a Administração da Universidade e a comunidade universitária e pela proposição e implementação de iniciativas e projetos voltados para a igualdade de gêneros.

Um exemplo de ação foram as oficinas de treinamento realizadas com assistentes sociais da Superintendência de Assistência Social (SAS) da USP durante o mês de junho. Em parceria com a Rede Não Cala! USP, as oficinas buscaram sensibilizar e capacitar os profissionais para o acolhimento de vítimas de violência sexual e de gênero ocorrida no âmbito da vida universitária.
A pretensão do Escritório é trabalhar em rede, pensando soluções em conjunto, com o corpo universitário, com o auxílio dos grupos e coletivos estudantis e de docentes.
No último dia 18, o Escritório organizou o evento 10 anos da Lei Maria da Penha e os Avanços e Desafios na USP. Também com apoio da Rede Não Cala! USP, o debate recebeu representantes do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e da Prefeitura de São Paulo.
A professora Vera Soares, assessora do Escritório, explica que a proposta é criar internamente um meio cultural com tolerância zero em relação à violação dos direitos humanos, em particular, os direitos das mulheres. “A pretensão do Escritório é trabalhar em rede, pensando soluções em conjunto, com o corpo universitário, com o auxílio dos grupos e coletivos estudantis e de docentes”, relata.

Acolhimento

Vera conta que está sendo elaborada uma proposta para criar uma rede de acolhimento nos campi da USP. “Temos incentivado o reitor a assumir essa proposta. Ele solicitou aos dirigentes de todos os campi que em cada unidade de ensino, pesquisa e extensão fosse criada uma ouvidoria ou uma comissão de direitos humanos. É o caso do Instituto de Química (IQ), Instituto de Biologia (IB), Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), Instituto de Física (IF) e Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), que já estão com esse serviço em andamento”, afirma.

Vera Soares: "a violência contra a mulher é um fenômeno mundial" - Foto Cecília Bastos/USP Imagens
Vera Soares: “Tornar visíveis os casos de violência tem promovido um salto de qualidade na discussão e forçado a USP a se pronunciar” – Foto Cecília Bastos/USP Imagens

Ela explica que enquanto esse processo acontece, a mulher que sofre violência nas dependências da USP tem dois caminhos a percorrer. Um deles é o caminho judicial, do qual a porta de entrada é a delegacia de polícia. O outro é o caminho administrativo, que funciona através da ouvidoria ou comissão de direitos humanos, órgãos que ouvem a denúncia e encaminham ao diretor responsável para que este possa criar uma comissão sindicante. Esta comissão analisará a denúncia e tomará as medidas necessárias.
Em relação às violações aos direitos das mulheres na USP, Vera lembra que esse fenômeno sempre foi encobertado. “As denúncias que estão sendo feitas são importantes e, principalmente, têm sido determinante o papel dos coletivos femininos que existem em vários cursos da Universidade. Tornar visíveis os casos de violência tem promovido um salto de qualidade na discussão e forçado a USP a se pronunciar.”

Escritório USP Mulheres

O endereço do Escritório é av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, s/n – Travessa 4, Bloco B – 2º andar, CEP: 05508-020, Cidade Universitária, São Paulo – SP. Contato pelo telefone (11) 2648-1371/1367, emailuspmulheres@usp.br e pelo site http://sites.usp.br/uspmulheres

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