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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Mulheres refugiadas tentam retomar suas vidas no Peru e no Uruguai

11/10/2016
A colombiana Sônia, refugiada no Peru, e a mexicana Patrícia, refugiada no Uruguai, têm mais de um traço em comum: são mulheres, mães e tiveram que deixar seus países devido à violência. Graças à cooperação internacional e ao trabalho de organizações como a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), elas tiveram a chance de recomeçar suas vidas em outro lugar.
Sônia trabalha vendendo pão nas ruas do Peru, mas sonha em conseguir um trabalho como promotora de saúde. Foto: ACNUR/ Yavelinda Acuña
Sônia trabalha vendendo pão nas ruas do Peru, mas sonha em conseguir um trabalho como promotora de saúde. Foto: ACNUR/ Yavelinda Acuña
A Colômbia é o país com maior número de deslocados internos do mundo. No final de 2015, estimava-se que quase 7 milhões de pessoas tenham sido obrigadas a abandonar seus lares por razões de segurança.
Sônia e seu marido cresceram em um contexto marcado pela violência, em meio a um conflito armado que devastou o país por mais de 50 anos. Por isso, tiveram de deixar tudo para trás e recomeçar uma nova vida em outro lugar.
Ela e sua família viajaram ao Peru em busca de novos horizontes. Ao chegarem, o que mais surpreendeu foi a tranquilidade. “Eu me sentia como se estivesse passeando por uma cidadezinha”, disse a colombiana.
Sônia trabalha no Peru vendendo pães nas ruas, mas sonha conseguir um trabalho como consultora de saúde para exercer sua vocação de ajudar os outros. “Esta seria uma maneira de devolver à sociedade peruana toda a ajuda que recebemos, tudo o que nos deram”, afirmou.
A guerra civil na Colômbia já custou a vida de pelo menos 220 mil pessoas em cinco décadas e provocou o refúgio de 340 mil colombianos para os países vizinhos. A continuidade das negociações para o acordo de cessar fogo entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) é passo crucial para a construção da paz duradoura.
A história de outra mulher tem traços semelhantes à de Sonia. Depois de ter sido sequestrada e torturada por conta de seu ativismo em favor dos direitos dos indígenas, Patrícia também decidiu deixar seu país, o México, e toda a sua família. “Restava-me um raiozinho de luz, uma esperança de chegar ao Uruguai, a um lugar seguro”, declarou.
Graças à cooperação internacional e ao trabalho de organizações como a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Patrícia teve a oportunidade de recomeçar sua vida. “Disseram-me que o Uruguai era o país mais tranquilo de toda América Latina, um país com futuro e de pessoas gentis em todos os aspectos. Não estavam errados”, afirmou.
Assim como Sônia, Patrícia tem uma forte vocação para a solidariedade. Por isso, gosta de seu trabalho de cuidadora de pacientes no período da noite, que a ajudou a seguir adiante e lhe permite colocar em prática seus conhecimentos como trabalhadora social.
Patrícia adora a cultura uruguaia. Diz ter se “viciado” em mate, a infusão típica do Uruguai, Argentina e Sul do Brasil, feita com folhas de erva mate, e apreciar o ritmo candombe, de origem africana. “É impossível não se dar conta de que o Uruguai é carregado de candombe de carnaval, de que a cultura afro-uruguaia está bem enraizada, e isso me agrada”, disse.
Durante o dia, ela dá continuidade ao ativismo em favor dos direitos dos indígenas e assessora diferentes comunidades latino-americanas por meio das redes sociais. Além disso, faz parte da Assembleia de Migrantes Indígenas, um grupo que tem como objetivo tornar a cultura desses povos mais conhecida.
As histórias destas mulheres são únicas, mas têm variantes dramáticas no resto do mundo. Segundo o relatório “Tendências Globais”, do ACNUR, 24 pessoas foram deslocadas de seus lares em cada minuto de 2015, totalizando 65,3 milhões de pessoas no mundo.
Nestes tempos de crise humanitária, torna-se mais importante os países reforçarem seus compromissos humanitários com a proteção de refugiados, deslocados e apátridas para buscarem soluções duráveis que permitam a essas pessoas viver com dignidade.

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