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domingo, 15 de janeiro de 2017

Brasileiras mostram como as mulheres empreendem do México à China

Projeto já passou por 9 países em busca de empreendedoras de sucesso e vai visitar mais 16.

Por Mariana Desidério 10 jan 2017

São Paulo – As mulheres têm ganhado cada vez mais espaço no empreendedorismo. Porém, infelizmente, ainda enfrentam um ambiente majoritariamente masculino quando buscam o sucesso nos negócios.

Ao constatar que essa é a realidade também em locais de muita inovação, as brasileiras Taciana Mello e Fernanda Moura decidiram que era preciso buscar histórias de empreendedoras de sucesso pelo mundo. Há três anos, as duas foram trabalhar nos Estados Unidos, próximo ao Vale do Silício, e perceberam que mesmo ali as mulheres eram minoria.
“Daí surgiu nossa inspiração em buscar exemplos de empreendedoras pelo mundo para mostrar às mulheres que empreender é uma opção e que há mulheres se lançando ao empreendedorismo nas mais diversas indústrias. Queríamos dar a nossa contribuição para trazer mais histórias inspiradoras e impactar mulheres que ainda acreditam que empreender é uma atividade masculina”, afirmaram em entrevista por e-mail.
Batizado de F♀unders, o projeto das duas vai percorrer 25 países, em cinco continentes, em busca de histórias inspiradoras de mulheres que empreendem. A viagem começou em julho do ano passado e até agora já passou por EUA, México, Canadá, Japão, Coréia do Sul, China, Cingapura, Malásia e Austrália. Agora elas estão na Nova Zelândia.
Nesse período, as sócias já encontraram muitas empreendedoras com histórias incríveis.
Uma delas é a de uma empreendedora sul-coreana que precisou lidar com a torcida contra da própria família para ter o seu negócio. “[Ela] enfrentou resistência da família a ponto da mãe torcer todos os dias para o negócio falhar e assim a filha se dedicar a encontrar um casamento e ter filhos”, contam.
Já na Austrália, elas se depararam com a história de uma jovem de apenas 23 anos. “Ela está construindo uma empresa no setor de educação e que acaba de enviar experimentos de estudantes australianos do ensino médio à Estação Internacional Espacial”, dizem.
O empreendimento não foi o único encontrado pelas brasileiras a trabalhar com áreas consideradas “mais masculinas”. Segundo elas, os negócios atuam em temas como inteligência artificial, saúde, fintech, e-commerce, construção, moda, consultoria, neurociência, dentre outros.
“Queremos mostrar que, apesar de todas as dificuldades, existem muitas mulheres empreendendo pelo mundo não apenas em áreas supostamente mais femininas como moda, serviços etc, mas também em outras que ainda são consideradas masculinas, como construção, inteligência artificial etc”, afirmam.

China x México

Segundo Taciana e Fernanda, outro fato que chamou a atenção na viagem até agora foi a autoconfiança das empreendedoras chinesas. “A China nos surpreendeu ao vermos mulheres muito focadas e confiantes abrindo negócios em indústrias diversas. Aparentemente a política do filho único criou uma geração de mulheres que cresceu sendo incentivada a perseguir aquilo que queria e usufruindo, sem concorrência, dos recursos disponíveis dos pais”, afirmam.
Por outro lado, a realidade é um tanto diferente no Japão e no México. “No México, por exemplo, o machismo ainda é muito presente, e o fato de uma mulher vir a ganhar mais que o seu companheiro causa estranheza e desconforto. Já no Japão, a pressão da sociedade em relação às profissionais/empreendedoras casadas e mães para que se dediquem exclusivamente à família ainda é muito forte. Espera-se que elas assumam o papel de mãe e dona de casa integral assim que os filhos nascem”, relatam.
Até agora, o projeto F♀unders realizou 150 entrevistas. Ainda falta visitar 16 países. São eles: Brasil, Chile, Cuba, Islândia, Alemanha, França, Noruega, Rússia, Líbano, Irã, Israel, África do Sul, Botsuana, Etiópia, Quênia e Tanzânia.
Depois, a ideia é fazer um documentário com essas histórias, com o objetivo de divulgá-las o máximo possível. “[Queremos] trazer inspiração e exemplos concretos para mulheres que desejam empreender, ou que nunca consideraram porque não tinham ideia desse caminho”.

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