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sábado, 12 de agosto de 2017

Nas novas séries, já não se trata mais apenas de se concentrar na mulher

Barcelona 
Atrizes de 'Big Little Lies', 'The Handmaid's Tale' e 'Feud'
Atrizes de 'Big Little Lies', 'The Handmaid's Tale' e 'Feud'
Girls, a série escrita e protagonizada por Lena Dunham e que terminou em abril, é o último exemplo das produções que, como TransparentOrange is The New BlackOrphan Black e Veep, tentaram lutar contra a desigualdade entre os sexos na ficção para a TV, tanto em suas tramas como na relevância e no perfil dos personagens femininos. Já não se trata apenas de se concentrar em histórias de mulheres, mas também de abordar questões relevantes para a agenda feminista, seja a partir da revisão histórica, da ficção especulativa, da distopia, das adaptações literárias ou do drama.
Como uma espécie de revisão da frivolidade de Sex and The City, as seis temporadas de Girls exibiram a angústia juvenil e mostraram alguns dilemas da educação sentimental contemporânea graças a um grupo de amigas perdidas nas expectativas frustradas dos 20 e muitos ou 30 e poucos anos.
Esse modelo do relato conjunto de várias mulheres continua demonstrando sua eficácia narrativa. Em Big Little Lies, a fórmula viaja de Nova York para a Costa Oeste, com atrizes consagradas como Reese Witherspoon, Nicole Kidman e Laura Dern. As três encarnam mulheres reunidas em torno do que, a princípio, parece ser um caso de bullying. Mas à espreita está uma violência latente que rompe o espelho das aparências no momento mais inesperado.
Outra trama que se desenvolve na mesma Costa Oeste, mais especificamente em Hollywood, é Feud: Bette and Joan. Essa reconstrução da difícil e controversa relação entre duas atrizes míticas, Bette Davis e Joan Crawford, na qual o interessante não é tanto recordar seus desencontros ferozes durante as filmagens de O Que Terá Acontecido a Baby Jane?, mas sim o olhar lançado sobre os paradoxos autodestrutivos da fama e do star system: atribui o enfrentamento mútuo não a seus egos, mas a uma competitividade estimulada pelos estúdios, dirigidos por homens, e instrumentalizada pela imprensa marrom para inflamar as expectativas do público e incentivar as bilheterias.
Para espectadores menos interessados na era dourada de Hollywood que queiram espiar o momento presente, há I Love Dick, dirigida por Jill Soloway. A produtora e roteirista de Transparent desta vez reuniu Kathryn Hahn, Kevin Bacon e Griffin Dunne na adaptação do romance homônimo de Chris Kraus de 1997, considerado um cult pela terceira onda feminista, que busca a presença e a integração de diferentes raças, etnias e orientações sexuais dentro do movimento e dá importância a seus aspectos culturais. No livro, Kraus, escritora e cineasta frustrada, conta como ninguém o curso vital de uma obsessão movida pela cáustica cultura do amor romântico.
Nessa mesma linha de adaptações literárias, e para tirar o olhar do presente e levá-lo a um hipotético futuro, encontra-se The Handmaid’s Tale. Essa inquietante ficção especulativa se baseia no romance homônimo publicado por Margaret Atwood em 1985 (publicado no Brasil como O Conto da Aia).
Uma série de atentados justifica a subida ao poder de um regime teocrático, conservador e puritano nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a contaminação reduziu ao mínimo a fertilidade da população.
Nesse cenário de rígida hierarquia social e poder masculino absoluto, mulheres férteis são selecionadas para assegurar a reprodução da espécie. Uma delas será o foco desta distopia que aborda, entre outras questões, a soberania reprodutiva e os dilemas éticos da barriga de aluguel.

FICÇÃO CIENTÍFICA FEMINISTA

Após o recente sucesso de The Handmaid’s Tale, cuja segunda temporada já está confirmada, foi anunciado que outra ficção especulativa que evidencia a arbitrariedade dos papeis de gênero chegará à telinha. Os direitos de A Mão Esquerda da Escuridão, romance de 1969 de Ursula K. Le Guin, foram comprados para serem adaptados. Outro indício de que a atual onda feminista continuará expandindo a oferta de ficção televisiva. O livro de Le Guin, que recebeu os prêmios Hugo e Nebula, aborda a sexualidade e a divisão de sexos através de um humano terrestre que chega a um planeta cujos habitantes são hermafroditas capazes de mudar de sexo.

































































































































El País

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