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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

O que os abraços podem fazer pela saúde física e emocional do seu bebê

Na infância, carinho e aconchego contribuem para o desenvolvimento da cognição, do cérebro, das emoções e das relações sociais.

 14/08/2017 
Karina Weinmann
Neuropediatra da Apae e da USP

"Se alguém é um grande ser humano, só pode significar uma coisa: ele foi amado." Essa frase do psicólogo australiano Steve Biddulph resume bem a importância do afeto para o desenvolvimento infantil.

Nunca se falou tanto nos benefícios do abraço, do afeto e do amor como nos dias atuais. Graças à neurociência, especialmente a que se dedica ao desenvolvimento infantil, hoje sabemos que a afetividade nos primeiros anos de vida exerce uma influência significativa na fase adulta. E pode predizer como a criança se sairá no futuro, tanto no que diz respeito a sua saúde física, quanto a emocional.

O contato é parte central da vida social humana e o tato é o sentido mais primário que temos. Segundo Ashley Montagu, antropólogo e humanista britânico, "o homem é capaz de sobreviver com deficiência auditiva, de olfato e de visão, mas não sobreviveria com a perda tátil". A afirmação nos dá a dimensão da importância do abraço e da ligação para o desenvolvimento infantil.

Na infância, abraços e aconchego contribuem para o desenvolvimento da cognição, do cérebro, das emoções e das relações sociais. São, também, essenciais para estabelecer a capacidade de regulação emocional ao longo da vida.

Uma pesquisa desenvolvida recentemente identificou mais de 600 artigos científicos que comprovam a importância do abraço e do afeto para as crianças. Quando a mãe dá colo e abraça o bebê, estimula seu cérebro a construir conexões neuronais que são a base da inteligência, das habilidades sociais e da essência do ser humano.

Ao nascer, o bebê é frágil e desprotegido. Conta, especialmente, com a mãe para sobreviver. O corpo materno oferece a nutrição, o aquecimento e a primeira experiência emocional do bebê por meio dos sentimentos de amor, proteção e cuidados. E nada expressa melhor esse suporte emocional que um abraço - que simula, inclusive, o ambiente intrauterino.

O abraço ajuda o bebê a regular o estresse e a diminuir a ansiedade. O contato com a mãe impacta na redução dos níveis do cortisol, hormônio que tem sua produção aumentada em situações de estresse ou medo.

Além disso, o gesto aumenta a produção da serotonina e da dopamina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e pelo controle do humor. Assim, bebês abraçados sentem mais felicidade e bem-estar.

O ato também contribui para o ganho de peso, ajuda a controlar a temperatura corporal, a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos. Não é à toa que o método canguru é adotado em várias maternidades ao redor do mundo para bebêsm prematuros. Mas, mesmo para os bebês que nascem a termo, os benefícios são os mesmos. O abraço estimula ainda a produção do hormônio do crescimento, o GH, e fortalece o sistema imunológico.

Uma pesquisa do Touch Research Institute mostrou que o contato em bebês melhora a aprendizagem, aumenta o QI, ajuda no desenvolvimento da linguagem, na capacidade de leitura e melhora a memória. Isso acontece porque o cérebro interpreta o abraço com uma emoção positiva que fica registrada na memória, por meio das conexões neuronais que se formam. Essas experiências positivas nos primeiros anos de vida são essenciais para o desenvolvimento infantil.

Muitos pais ainda têm dúvidas sobre a questão de abraçar e acariciar os filhos, pois antigamente existia a ideia de que muito colo iria acostumar mal a criança. Hoje, sabemos que bebês que são deixados sozinhos, desamparados e chorando desenvolvem um gatilho para o estresse que irá repercutir para o resto da vida. E eles se tornarão adultos com dificuldades em modular seu humor em frequência e intensidade. Por outro lado, agora não faltam informações sobre os benefícios de uma criação afetiva.

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