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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Filme espanhol retrata o luto a partir do olhar de uma criança

Autobiográfico, 'Verão 1993', da cineasta espanhola Carla Simón, conta a história de Frida, uma menina de 6 anos que vai morar com os tios depois da morte da mãe, vítima do vírus da Aids
por Xandra Stefanel, especial para RBA publicado 10/12/2017
DIVULGAÇÃO
Infância
Longa autobiográfico traz um delicado retrato de uma criança que ainda não sabe como lidar com a ausência dos pais e com o luto
Um turbilhão atinge a vida da pequena Frida (Laia Artigas) naquele verão de 1993. Sozinha em um canto da casa, ela escuta os adultos cochicharem sobre seu futuro, a morte do pai e a recente morte da mãe, vítima de complicações ligadas ao vírus da Aids. Os tios e os avós desmontam a casa na capital, em Barcelona, e organizam a mudança da criança para a casa do tio, em um sítio no interior da Espanha. Aquele será o último dia em que ela passa no apartamento que viveu com os pais e o primeiro dia de um longo processo de aceitação da morte.
Esta é a história de Verão 1993, primeiro longa-metragem da cineasta catalã Carla Simón, também responsável pelo roteiro baseado em sua própria vida. O filme que estreou no Brasil na última quinta-feira (7), traz um delicado retrato de uma criança de seis anos perdida depois da morte dos pais, sem entender como lidar com a ausência e com o luto. Sem ser piegas nem sentimental, a ficção traz beleza e uma rara sutileza no roteiro e nas ótimas atuações.
RBA
Anna e Frida
Todas as inseguranças e dúvidas estão presas dentro Frida (dir.) e apenas seu olhar e seu jeito arrogante dão suaves sinais de sua fragilidade
Quando Frida chega no sítio dos tios (Bruna Cusí e David Verdaguer), ela se sente completamente deslocada por não fazer parte da família e não estar habituada ao ambiente rural. Mas a doce Anna (Paula Robles), de 4 anos, aceita prontamente a prima como irmã e o casal faz de tudo para demonstrar, sem distinção, o amor pelas duas meninas.
No início, ciúmes e inveja são os sentimentos que ressaltam nas reações de Frida. Por que a família dela não é/foi como a da prima Anna, com os pais felizes, saudáveis, amorosos e divertidos? Como fazer para ser aceita pela nova família e pelos novos amigos? Frida não demonstra seus sentimentos nem chora a ausência dos pais: todas as inseguranças e dúvidas estão presas dentro dela e apenas seu olhar e seu jeito arrogante dão suaves sinais de sua fragilidade. Como chamar a atenção para uma dor tão profundamente escondida?
Sua revolta e falta de habilidade para lidar com sentimentos e situações tão novas acabam trazendo problemas sérios à nova família. E esta situação só vai mudar caso haja altas doses de compreensão, de aceitação e de amor. Só assim a solidão de Frida vai poder se transformar na paz interior que toda criança deve ter.
Verão 1993 foi duplamente premiado na última edição do Festival de Berlim (Melhor Primeiro Filme e Prêmio do Júri na mostra Generation) e no Bafici, além de ser sido selecionado como o representante espanhol ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2018.


CartazVerão 1993Direção e roteiro: Carla Simón
Elenco: Laia Artigas, Paula Robles, Bruna Cusí, David Verdaguer, Fermi Reixacha
Produção: Valérie Delpierre
Produção executiva: Valérie Delpierre, Maria Zamora
Distribuição: Supo Mungam Films
Gênero: drama
País: Espanha
Ano: 2017

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